[...]Não existe meio de verificar qual é a boa decisão, pois não existe termo de comparação. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? E isso que faz com que a vida pareça sempre um esboço. No entanto, mesmo esboço não é a palavra certa porque um esboço é sempre um projeto de alguma coisa, a preparação de um quadro, ao passo que o esboço que é a nossa vida não é o esboço de nada, é um esboço sem quadro.[...] (A insustentável leveza do ser – Milan Kundera).
sábado, 27 de novembro de 2010
Divagações
[...]Torturava-se com recriminações, mas terminou por se convencer de que era no fundo normal que não soubesse o que queria: nunca se pode saber aquilo que se deve querer, pois só se tem uma vida e não se pode nem compará-la com as vidas anteriores nem corrigi-la nas vidas posteriores.[...] (A insustentável leveza do ser – Milan Kundera).
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Utopias necessárias!
Breve História dos Mitos – Karen Armstrong
“Não podemos nos recriar completamente, cancelando a ênfase racionalista de nossa educação, e retornar a uma sensibilidade pré-moderna. Mas podemos adquirir uma atitude mais sábia em relação á mitologia. Somos criaturas de mitos, e durante o século XX vimos alguns mitos modernos extremamente destrutivos. […] Eles não foram contemplados com o espírito de compaixão, do respeito pelo caráter sagrado de todas as formas de vida, ou com o que Confúcio chamava de “propensão”. […] Precisamos de mitos que nos ajudem a nos identificar com nossos semelhantes, e não apenas com quem pertence a nossa tribo étnica, nacional ou ideológica. […] precisamos de mitos que nos auxiliem a novamente venerar a terra como lugar sagrado, em vez de utilizá-la apenas como “recurso”.
O Povo Brasileiro - Darcy Ribeiro
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Claude Lévi-Strauss - O Cru e o Cozido
"Não duvidemos nem por um instante que a consideração de outros documentos, publicados ou a publicar, afetará nossas interpretações. Algumas delas, aventadas prudentemente, talvez recebam uma confirmação; outras serão abandonadas ou modificadas. Mas não seja por isso: em disciplinas como a nossa, o saber científico avança aos tropeços, fustigado pela contenda e pela dúvida. E deixa a metafísica a impaciência do tudo ou nada. Para que nosso empreendimento seja válido, não é necessário, em nossa opinião, que goze durante anos, e até os mínimos detalhes, de uma pretenção de verdade. Basta que lhe reconheça o modesto mérito de ter deixado um problema difícil numa situação menos ruim do que aquela em que o encontrou. Não devemos esquecer que na ciência não pode haver verdades estabelecidas. O estudioso não é o homem que fornece as verdadeiras respostas; é aquele que faz as verdadeiras perguntas."
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