Embora Gastronomia já tenha seu campo de estudo consolidado dentro das ciências sociais com vasto referencial teórico técnico e histórico, são recentes as empreitadas a caminhos que transcendam suas próprias limitações disciplinares e que livrem-na das “cegueiras da especialização”, tão características do currículo atual de formação universitária.
Os princípios do Slow Food observam as relevâncias além do prazer gustativo que o alimento pode oferecer ao comensal, respeitando as complexas ligações inerentes ao alimento, defendendo um meio de produção que gere alimentos de bom sabor e qualidade, cultivados de forma limpa e sustentável onde os produtores recebam o pagamento justo pelo que produzem. Bom, limpo e Justo é a tríade levantada pelo movimento do Slow Food que servem como balizas para o nascimento desta visão renovada da Gastronomia, não só para os caminhantes da complexidade mas para todos que buscam uma forma mais cidadã, humana, natural e sustentável de se viver,
Este projeto busca encontrar uma metodologia inovadora nos processos de aprendizagem dos cursos de formação em Gastronomia que despertem nos alunos os princípios da complexidade rumo a uma interdisciplinaridade, fundamentado em revisões bibliográficas que extrapolem os campos disciplinares estabelecendo diálogos entre autores com, Edgar Morin, Luís da Camara Cascudo e Carlo Petrini, Santi Santamaria entre tantos outros grandes pensadores.
O Slow Food: por uma visão complexa da Gastronomia não surge com o propósito de ocupar ou desqualificar o currículo disciplinar dos cursos de formação em Gastronomia. O objetivo aqui em questão é o de agregar conhecimentos de forma a aprofunda-los em busca de uma essência que refaça os elos rompidos da tríade, humano, sociedade e natureza, que transcendam as dicotomias cartesianas, presentes do sujeito/objeto.
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